12/10/2015

O que fazer com o seu Programa de Melhoria na crise?

Muito se falou sobre Lean e melhoria de processos durante a crise. As redes sociais se encheram de discussões e opiniões sobre se esse é o melhor momento para aplicar os conceitos e ferramentas Lean.
Não vou entrar no mérito. Se Lean é sobre melhoria contínua de processos, ele sempre é bem-vindo, não importa o período econômico. Melhoria é melhoria e não deve deixar de ser feita.

O que gostaria de discutir aqui é sobre como é o programa lean de sua empresa. Como o seu sistema de produção é definido. O que sua equipe de melhoria faz e como ela trabalha.
Vejo no mercado alguns modelos de atuação quando se trata de melhoria de processos. Vamos discutir aqui os modelos que já estão estabilizados, em especial aqueles que fazem uso do processo de auditoria de seu sistema e/ou os que possuem metas de quantidade de melhorias a serem feitas.

Já expus nesse blog a minha opinião sobre Sistemas de Auditoria. Se em períodos normais os departamentos e seus gestores já tendem a apenas cumprir o protocolo, nos períodos de crise, talvez nem isso eles façam.
E o motivo é simples: existe uma escassez de recursos. Na crise, as empresas vêm passando por reestruturações. Os gestores estão sendo obrigados a reduzir ou remanejar suas equipes, sofrendo pressões para cumprir suas entregas com menos pessoas.

Em um momento como esse, tudo o que o gestor não quer é usar seus recursos para cumprir o protocolo. Ele precisa de ajuda e deve ser ajudado. Se ele enxergar um real benefício nas ações que são cobradas dele, ele fará.
E o modelo de Gestão Lean é justamente sobre isso. É sobre melhorar continuamente seus processos, mas sempre com um objetivo claro. E esse objetivo deve ser traçado através de um desdobramento de metas operacionais. As melhorias devem visar esses indicadores.

O mesmo se aplica ao modelo de melhoria estabelecido em algumas empresas, na qual há metas de quantidade de melhorias ou kaizens que devem ser feitos no ano. Em momentos de crise e restrições econômicas, essas melhorias devem ser direcionadas. Quantidade não é qualidade. Vale a pena reduzir o ritmo das melhorias se elas impactarem mais os resultados operacionais da empresa.

Isso quer dizer que esses modelos de Sistemas de Produção, Lean, Kaizens não funciona? Eles não trazem benefícios para empresa?
Não! De maneira nenhuma! Como disse no início desse artigo, melhoria é melhoria e deve sempre ser feita. Mas gosto muito da analogia descrita no livro “Potencializando a Excelência” – de Robert I Sutton e Huggy Rao. Em um momento do livro eles dizem que potencializar a excelência não é sobre uma guerra aérea, mas sim um ataque terrestre.
O paralelo que eles nos trazem é que, durante a segunda guerra mundial, os ataques aéreos nunca resultavam em um avanço de território. Para avançar no território era necessário um ataque terrestre. É claro que os ataques aéreos abatiam os inimigos (e as vezes as próprias tropas) e as vezes até viabilizavam um ataque terrestre. Mas sem o ataque terrestre, não havia avanços. Esse sim era eficaz.

Nesse momento de crise, a utilização de conceitos e ferramentas de melhoria de processos, seja ele qual for (Lean, TPM, Seis Sigma, WCM, entre outros) deve ser um ataque terrestre, efetivo, que atinja ou avance nos resultados e com menor custo de execução. Ou seja, eficaz.

Gostou do texto? Acredita que essas oportunidades existam na sua empresa?
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