25/05/2017

Estudo de Caso #5: OEE em uma Célula de Manufatura

OEE em uma Célula de Manufatura

Em um processo produtivo no qual as máquinas estão isoladas do fluxo, em um processo contínuo, ou em um processo apenas de conversão, o melhor aproveitamento da máquina se converte em maior produção e em redução de custos. Nesses casos, melhorar o OEE da máquina em si, é fundamental para um aumento de desempenho.

Em uma Célula de Manufatura essa situação muda. A máquina está dentro de uma sequência de produção em fluxo com outras máquinas e estações de trabalho. Maximizar o OEE de uma máquina dentro de uma Célula de Manufatura pode apenas gerar estoque.

Além disso, se medirmos o OEE da máquina, baseado em seu próprio Tempo de Ciclo, dentro da Célula de Manufatura, sua disponibilidade será sempre afetada pelo o Tempo de Ciclo do Trabalho Padrão Combinado, já que a máquina, normalmente, fica esperando o operador chegar nela.

Deve se, então, medir o OEE da Célula, não da máquina, ou seja, baseado no Tempo de Ciclo do Trabalho Padrão Combinado daquela Célula de Manufatura. O artigo Estudo de Caso #3: Definindo uma Célula de Manufatura mostra como balancear e definir o Tempo de Ciclo da Célula.

Portanto o primeiro passo para conseguir uma medida eficiente do OEE de uma célula é elaborar o Trabalho Padrão corretamente. As atividades devem ser bem definidas do ponto de vista de conteúdo, sequência e entrega. Então os tempos dessas atividades devem ser medidos de maneira criteriosa. Com esses elementos em mãos, é possível criar o Trabalho Padrão, gerar o Gráfico de Balanceamento de Operadores (GBO) e a Folha de Combinação de Trabalho Padrão.

Leia também: Estudo de Caso #1: Gráfico de Balanceamento de Operadores

Feito esse trabalho, podemos determinar o Tempo de Ciclo da Célula, relacionando com a quantidade de operadores trabalhando dentro dela. É esse Tempo de Ciclo que deve ser utilizado para medir o OEE da Célula de Manufatura, não o da máquina.

Medição do OEE em uma Célula de Manufatura

O nosso Estudo de Caso foi feito em uma célula de produção de embreagens para caminhões. A célula é composta por 2 Centros de Usinagem, 5 estações de montagem que incluem pequenas prensas e uma máquina final de testes.

Passam quatro tipos de embreagens diferentes nessa Célula de Manufatura cujos Tempo de Ciclo são mostrados na tabela abaixo, conforme determinou a Folha de Combinação de Trabalho Padrão.

 

Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4
Tempo de Ciclo (seg) Pçs/ hora Tempo de Ciclo (seg) Pçs/ hora Tempo de Ciclo (seg) Pçs/ hora Tempo de Ciclo (seg) Pçs/ hora
1 Operador 435 8 480 7,5 480 7,5 500 7
2 Operadores 225 16 240 15 240 15 255 14
3 Operadores 160 22 170 21 170 21 180 20

Tabela 1 – Tempos de tempo de ciclo e peças por hora

 

Para a instalação do sistema de monitoramento foi necessário escolher uma máquina da Célula de Manufatura para coleta dos dados do OEE.

Escolhemos a máquina de teste, tanto porque era a saída da célula, o que é melhor para inserir dados de qualidade e monitorar o tempo de setup da célula; e também porque é a máquina gargalo do processo, assim fica difícil fazer com que ela produza em ritmo diferente da célula. Mas, na prática, o sistema poderia coletar dados de qualquer máquina ou estação de trabalho, já que queremos medir o desempenho da Célula de Manufatura.

Foram cadastrados os 4 tipos de embreagens que passam pela célula e seus respectivos tempos de ciclo para cada quantidade de operadores (1, 2 ou 3). Assim, quando começavam a produzir inseriam na interface o produto e quantidade de operadores na célula e o sistema já comparava os ciclos produtivos com o tempo de ciclo teórico.

Controle do OEE e Dados de Produção

Por se tratar de uma célula com muitas montagens manuais, em um primeiro momento, a empresa se preocupou mais com o volume de produção para entender como se comportava a produção.

Logo após a instalação e configuração do sistema, se verificou um média de produção de 7,6 embreagens por hora, muito longe da meta de 14. Duas semanas depois da instalação do sistema essa média subiu para 10,6 embreagens por hora, apenas com medidas supervisórias como ampliar a presença do facilitador na célula e discutir momentos de baixa produção.

Gráfico Produção

Gráfico Produção Hora-a-Hora nos dois períodos

A figura acima mostra a produção hora-a-hora nesses dois dias estudados. Note que além do fenômeno do aumento da média de produção, houveram mais horas em que a meta de produção foi atingida e até superada.

Apesar de ter reduzido de um período para o outro, a variação da produção por hora ainda era alta e um ponto de estudo para a equipe de melhoria.

Após o projeto piloto, o sistema de monitoramento foi desdobrado para todas as Células de Manufatura da fábrica e um relatório geral de desempenho foi elaborado para monitoramento do OEE, Produção e Tempo de Manutenção, como na figura abaixo.

Relatório OEE

Relatório OEE

Também foi colocado um painel da fábrica integrado com o sistema de monitoramento exibindo em tempo real a produção da última hora, a produção acumulada do dia em relação a meta e o OEE de cada célula.

Conclusão

O conceito de OEE da Célula de Manufatura foi fundamental para a correta configuração do sistema de monitoramento. Ele permitiu uma coleta de dados precisa e tornou a conversa sobre o desempenho e necessidade de cada célula mais transparente entre gestores e operadores.

O painel na fábrica ligado ao sistema de monitoramento acabou funcionando como um Andon, chamando a atenção para as células que estavam com problemas para produzir naquele período.

O relatório de desempenho direcionou as melhorias necessárias no processo e trouxe impacto positivo no OEE.

No nosso próximo artigo iremos trazer mais um Estudo de Caso mostrando como uma rotina de gestão do desempenho é fundamental para o aumento do OEE.

 

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