07/07/2015

Quando os Supervisores se Perdem

Existe uma constante nos projetos de melhoria operacional: a supervisão, que deveria estar verificando os processos, está, constantemente, ocupada com reuniões e tarefas administrativas que a “prende” atrás de um computador.

Se fizermos o exercício de desenhar um novo organograma, ou uma nova empresa, com certeza atribuiríamos o mínimo de atividades burocráticas aos supervisores para que eles possam acompanhar a produção.

Afinal, esse deve ser o trabalho do supervisor: um trabalho de rotina, de assegurar atividades, horários, produção, ou seja, padrões. E acredite: o organograma da sua empresa também nasceu assim, basta ver a descrição de cargo oficial desses funcionários.

Sendo o primeiro nível hierárquico da empresa, o supervisor deveria estar focado em assegurar todos os padrões de execução do seu processo. Os padrões de atividades da mão-de-obra direta, a capacidade produtiva hora-a-hora, os padrões de execução de setup, manutenção autônoma, os padrões de qualidade.
Mas o que acontece quando esses padrões que ele deveria supervisionar não estão definidos?

É aqui que os supervisores se perdem. Se não há padrões, não há o que supervisionar. Fica tudo à mercê do seu próprio entendimento que, com certeza, é diferente do entendimento de seus pares.
Como não há o que ver, ele começa a se ocupar e ser ocupado com outras coisas para não ficar ocioso. Então entram nos “incêndios” que não lhes pertencem, participam de reuniões as quais só precisariam saber das decisões tomadas e se carregam de trabalhos burocráticos na tela de um computador, com planilhas e apresentações para mostrar tudo o que deveria ser visto na fábrica.

E então quando o trabalho de supervisionar, orientar, decidir, solucionar problemas, que deveriam fazer parte de sua rotina, aparecem, eles já não conseguem fazê-lo. Estão ocupados e não conseguem mais participar do processo de melhoria que deveria ser o cerne da sua função.
Essa é mais uma das importâncias dos padrões. Sem os padrões não conseguimos distinguir o normal do anormal, não conseguimos definir uma necessidade de treinamento dos nossos funcionários, não conseguimos estabelecer um processo de melhoria.

Quer que os seus supervisores de fato supervisionem? Comece pelos padrões de operação da mão-de-obra, mapeie as atividades atuais dos seus supervisores, direcione as atividades burocráticas para outras funções da empresa, estabeleça os padrões e rotinas da supervisão. Apenas dessa maneira os supervisores acharão novamente sua função mais nobre: orientar e guiar toda a produção a melhorar e atingir os padrões.

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