27/10/2016

Trabalho Padrão: O Mito por trás da Ferramenta

Figura | Myth or Fact

Existe um mito por trás do Trabalho Padrão que me incomoda muito. Esse mito é repetido à esmo e aos quatro ventos por diversos especialistas em Lean. E o que me incomoda é que, da maneira como esse mito é divulgado, parece até que é simples assim. Que funciona. Que é uma verdade simples e absoluta. E sempre que alguém divulga esse mito, todos concordam cegamente. E esse mito é: “O Trabalho Padrão é o que sustenta a melhoria”.

Figura | Cunha Trabalho Padrão

Poucas coisas em arrepiam mais do que essa figura em que o padrão é a cunha que não deixa a bola rolar para baixo.

 

Alguém que já fez uma melhoria e criou um Trabalho Padrão efetivamente acredita nisso? Então só o fato de eu ter um documento dizendo como os processos devem ser conduzidos sustenta a mudança – e consequente melhoria – que acabou de ser feita?

“O fato de definir o Trabalho Padrão não sustenta mudança nenhuma, mas sim tudo o que gira em torno dele.”

Todos sabemos que não. O fato de definir o Trabalho Padrão não sustenta mudança nenhuma, mas sim tudo o que gira em torno dele.

Por que o mito do Trabalho Padrão é muito simplista?

Porque parece que o fato de eu ter um documento faz com que todos os processos definidos se sustentem. Quando na verdade não é o documento e sim todo um sistema de gestão deveria girar em torno dele.

Qual é, então, a função do Trabalho Padrão?

O maior problema de não se ter um padrão é que qualquer execução é execução. Não importam os meios, o importante é o fim. Ou seja, não importa a maneira como o processo foi conduzido, o importante é entregar o produto esperado.

E, aqui sim, vem uma premissa básica de melhoria que não pode ser ignorada e o Trabalho Padrão ajuda muito: é necessário primeiro estabilizar, para depois melhorar os processos.
Se meu processo não é padronizado, ou seja, não tem Trabalho Padrão, ele dificilmente será estável para se propor e comprovar a melhoria.

Ponto para o Trabalho Padrão! Mas ainda não é o suficiente para lhe dar as honras de ser o responsável por sustentar todos os processos.

O que falta então?

Já abordei o tema no passado em ‘Padronização Lean’: o que falta é um sistema de gestão em torno no Trabalho Padrão.

Não importa qual visão de padronização você prefere – o padrão sustenta a melhoria ou o padrão puxa as melhorias – sem esse sistema de gestão em torno no Trabalho Padrão, não há melhorias.

Esse sistema de gestão começa por uma rotina de supervisores de produção/processos em observar se os padrões estão sendo seguidos ou não. Passa por ciclos de melhoria (PDCAs) para permitir que as pessoas cumpram, sigam ou alcancem os padrões. Terminando em uma revisão sistemática desses padrões sempre tornando o processo mais seguro, mais estável e mais produtivo. E essa ordem não foi ao acaso.

Figura | Sistema de Gestão

Sistema de Gestão com o Trabalho Padrão como um de seus diversos elementos

 

Portanto, não é o Trabalho Padrão que sustenta as melhorias, mas sim um sistema de gestão mais abrangente no qual o Trabalho Padrão está inserido, junto com vários outros elementos.

Dentro do contexto de Lean, Fluxo e Melhoria Contínua, não existe nenhuma ferramenta salvadora, nem obrigatória. Os conceitos sim, são fundamentais. É necessário que cada empresa desenhe, teste e melhore o seu próprio sistema de gestão para aí sim, implantar e sustentar melhorias.

 

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