ARTIGO: O que motiva você?

FONTE: Revista Mente Cérebro | Jan-2017

Motivação é sempre tema intrínseco para qualquer atividade. O que nos motiva?

No processo de melhoria contínua segue a mesma questão: o que motiva trabalhadores e liderança a melhorar continuamente? O que pode ser o gatilho para uma equipe iniciar continuamente ciclo de melhorias.

A Revista Mente Cérebro é uma revista vinculada à Scientific American e publica textos sobre psicologia, psicanálise e neurociência embasados em estudos realizados em universidade e centros de pesquisas de vários países.

Na Edição de Janeiro de 2017 trouxe como matéria de capa “O que motiva você?”, um texto muito interessante para se apontar o caminho para o problema da motiva no ambiente de melhoria contínua.

RESENHA:

“Estamos sempre buscando recompensas – que podem aparecer em forma de bens materiais, prazeres sensoriais, afeto ou sentimentos de profunda autorrealização – e evitando punições. Na prática, pessoas motivadas procuram se superar e buscar melhores resultados, são mais entusiasmadas, responsáveis, comprometidas – e, principalmente, mais felizes e realizadas. O problema é que nem sempre nosso empenho está alinhado com os resultados obtidos. Novas pesquisas indicam a importância de rever o que queremos e, eventualmente, corrigir rotas.”.

O texto começa com uma reflexão sobre a Pirâmide de Maslow. A pirâmide, idealizada pelo psicólogo americano Abraham Maslow, coloca as necessidades básicas na base da pirâmide e em seu topo aspectos ligados à realização pessoal.

Simplificação da Pirâmide de Maslow

No entanto, psicólogos e neurocientistas acreditam que as coisas não seja tão simples assim. “Resolvidas as necessidades básicas, o que nos move mesmo é a exigência interna de autonomia, conhecimento, envolvimento e dinamismo.”.

A vantagem da motivação é nos manter entusiasmados, comprometidos e empenhados em buscar melhores resultados. Alguns especialistas chegam a afirmar que a motivação pode ser até mais importante e decisiva para o sucesso do que o talento.

A psicologia, então, define três elementos críticos para a motivação: Autonomia, Valor e Competência. E todos eles podem ser ampliados e ajustados.

Autonomia

Estudos dos psicólogos Edward L. Deci e Richard M. Ryan, da Universidade de Rochester mostram que a percepção de autonomia prediz a energia com a qual os indivíduos perseguem uma meta.

Eles desenvolveram diversos experimentos para avaliar as consequências emocionais e cognitivas de uma ação controlada por outros em comparação com escolhas próprias.

“Os cientistas afirmam que agir sob coação gera uma espécie de ‘tributário mental’, entretanto perseguir um objetivo no qual acreditamos nos deixa energizados.”.

Valor

Reconhecer o valor de uma atividade para si, é outro elemento crítico para a motivação.

Quando permanecemos fiéis às nossas crenças restauramos o senso de autonomia e nos sentimos mais motivados.

“Parece que pensar sobre algo (uma situação, uma área de conhecimento, etc) tende a aumentar nosso comprometimento.”.

Competência

Gostamos do que fazemos ou fazemos o que gostamos?

Estudos mostram que os dois caminhos são válidos. Avaliação feita com esportes, música e rendimento acadêmico mostraram que quando mais competente em uma atividade, mais se deseja praticá-la. Mas o inverso também se mostrou verdadeiro: quanto mais prática, mais competente se considera o praticante, realimentando esse ciclo.

O interessante aqui é que estudos também mostram que aqueles que se apoiam em talentos inatos, ao invés do trabalho árduo, desistem mais facilmente quando enfrentam um desafio por temer que ele exceda a sua capacidade. Já acreditar no esforço inspira a continuar aprendendo.

“Em geral, quando enfrentamos uma dificuldade em relação a atingir aquilo que desejamos (…) a reposta está em uma (ou mais de uma) destas três áreas: falta de autonomia, sensação de que a tarefa é inútil ou dúvida sobre a sua capacidade.”.

Talvez o maior propósito da nossa motivação seja o sentimento de que fazemos parte de algo maior do que nós mesmos.

“Se empenhar continuamente em conseguir o que se deseja pode ser muito gratificante. Principalmente se o objetivo não for obter apenas satisfação pessoal, mas encontrar um objetivo maior para motivar suas ações.”.