A contribuição de nossas escolas na formação profissional
“A última vez que trabalhamos em equipe foi na pré-escola”.
Escutei essa frase há mais de 10 anos de um consultor de desenvolvimento de pessoas. Ele se referia ao modelo de mesas onde sentávamos juntos com outros colegas.
A partir da pré-escola o sistema tradicional de ensino nos individualiza. Sentamos em nossas carteiras, com o nosso material, nosso caderno, nossas anotações, com provas e notas individuais, ou seja, o nosso desempenho.
As conversas são inibidas, não importando muito se pertinentes ou não. “Quando um burro fala o outro abaixa a orelha” uma professora gostava de dizer.
Professores que, do ponto de vista do aluno, representam a autoridade na sala. Detentores do conhecimento, dos rumos e ritmos das aulas. São os que determinam os limites do permitido em suas aulas, cada um à sua maneira.
Esse modelo segue do primeiro ano do ensino fundamental ao final do ensino superior. Pouco debate é estimulado, muito menos a prática de defesa de ideias. Observação e análise são poucas e qualquer trabalho em grupo é dividido em quem faz a capa, a pesquisa, o texto e a apresentação.
Esses estudantes que, em sua maioria, foram moldados dessa maneira, entram no mercado de trabalho e são cobrados por habilidades totalmente oposta: liderança, trabalho em equipe, comunicação e inovação. Aqueles que se sobressaem são poucos e, provavelmente, se sobressairiam em qualquer cenário.
Não sou defensor de nenhum método pedagógico – nem tenho conhecimento para isso. Mas o fato é que, apesar da escolha da carga horária das disciplinas ser claramente voltado para o mundo empresarial, com muita ênfase em português e ciências exatas e pouca ênfase em ciências humanas e biológicas, artes e esportes, o modelo é contraproducente.
A contenção é investir não só em conhecimento, mas nas habilidades das equipes que hoje estão no mercado de trabalho, sempre em busca das necessidades da sua empresa.
A solução? Não sei. Mas sem dúvida é de médio/longo prazo. Alguém se arrisca?
Gostou do texto? Acredita que essas oportunidades existam na sua empresa?
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